A GRANDE DESCOBERTA DO ANO: QUEM REALMENTE FAZ A CIDADE ACONTECER?
Recentemente em Ijuí, a oposição local (sempre atenta, mas nem sempre perspicaz) lançou um ataque retórico carregado de emoção, mas vazio de análise prática.
A tese central, digna de um livro de autoajuda política, é que o Prefeito é uma figura decorativa cuja ausência ninguém nota, ao contrário do gari e do professor, verdadeiros pilares da cidade.
É uma visão que, se não fosse tão simplista, seria enternecedora.
Mas vamos à análise prática (e um tanto sarcástica) sobre essa descoberta que confunde a função operacional com a função estratégica.,,
A Teoria da “Ausência Indolor” e a Magia do Lixo
É inegável que o gari e o professor são essenciais.
Se o caminhão de lixo não passa, a cidade fede.
Se a escola fecha, o futuro é comprometido.
Ponto.
A oposição acertou em cheio nessa obviedade.
A falha, contudo, surge na hora de desqualificar a função do chefe do executivo:
"Um prefeito pode faltar, e a rotina segue igual, ninguém nota."
Essa afirmação revela uma profunda ignorância (ou má-fé) sobre o funcionamento da máquina pública.
A rotina operacional — a coleta de lixo, a aula, o atendimento no posto de saúde — segue, sim, porque ela é o resultado de uma estrutura gerencial criada e financiada pelo próprio Executivo.
Se a cidade tem coleta, é porque o Prefeito (e sua equipe) licitou e contratou o serviço.
Se o professor está em sala, é porque a folha de pagamento foi planejada e assinada.
A ausência de um gari é sentida no acúmulo de sujeira, um problema de execução física.
A ausência do Prefeito é sentida na falta de visão estratégica, nos convênios que não vêm de Brasília, nos milhões em emendas que se perdem e nas crises que não são resolvidas.
O trabalho do gari é limpar o lixo.
O trabalho do Prefeito é garantir o dinheiro e a estrutura para que o gari possa fazer o seu trabalho.
Reduzir a figura do gestor a um mero figurante é tentar esconder que o comando é estratégico, e não braçal.
✈️ O escândalo das viagens: de Gestor a Turista
Outro ponto levantado é o "escândalo" dos R$ 39 mil em diárias de viagem, transformando o Prefeito, aos olhos da oposição, em um turista de luxo.
Primeiro, vale sempre lembrar: diárias são verbas de custeio (hospedagem, alimentação) para que o Prefeito possa viajar a trabalho.
Não é salário extra; é reembolso necessário para cumprir sua função fora do município.
Segundo, a ironia é quase poética.
A oposição só tem dois discursos sobre viagens:
Se o Prefeito viaja e usa diárias: É um "gastador", "turista", e está "desperdiçando o dinheiro do povo".
Se o Prefeito fica na cidade: É "acomodado", não tem "articulação política" e é "incapaz de buscar recursos" para o município.
A verdade inconveniente é que os recursos federais e estaduais que financiam hospitais, escolas, e grandes obras não são enviados por e-mail.
Eles são conquistados por meio de visitas, articulações e muita pressão nos gabinetes de Brasília e Porto Alegre.
Gastar R$ 39 mil em diárias para buscar milhões em convênios (o que é comum) é um investimento com um retorno inimaginável.
O gestor que não viaja para buscar dinheiro está, na prática, condenando a cidade à estagnação por economia de centavos.
🏅 O Valor da Função
O apelo final da oposição é justo: valorizar quem constrói, limpa e educa.
No entanto, é hipócrita desvalorizar quem coordena, planeja e financia essas funções.
A cidade não é feita só de varrição e giz.
Ela é feita de gestão de crise, captação de recursos, planejamento de longo prazo e decisões políticas difíceis — funções que, queiramos ou não, só podem ser exercidas por quem está no cargo de Prefeito.
O vereador da oposição, ao tentar politizar o básico, apenas reforça uma máxima: o trabalho estratégico é invisível para quem só enxerga a ponta da vassoura.
Mas é ele que garante que a vassoura tenha um cabo, que o gari tenha salário e que o lixo seja, de fato, recolhido.
Nota do Editor: Este artigo contém análises e opiniões pessoais do autor.
Postado por: CONECTANDO ONLINE
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